sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O que aconteceu de memorável em 2011? parte 3

    Ano passado eu tive as piores aulas de inglês da minha vida...bem, foram as piores, mas pelo menos foram as mais engraçadas, já que o grau de burrice da professora é tão elevado que já atingiu níveis cômicos.
    Antes de falar dos erros grosseiros de ortografia e tradução que ela cometeu no ano passado eu vou comentar um pouco sobre seu estilo extravagante e seus hábitos sem noção de ridículo.
   A primeira impressão que ela quando se olha pra ela, é de que se trata daquele tipo de mulher de 60 anos de idade, mas que jura que tem só 20. Ela TENTA usar roupas jovens, é magra, tem cabelos loiros (com certeza pintados), tem uma tatuagem na batata da perna (uma rosa se não me engano), em resumo: uma perua.
     Seus hábitos são, no mínimo, nojentos. Um dia, em plena sala de aula, quando a turma toda (menos eu) tentava se concentrar na tarefa, ela resolve palitar seus dentes com as unhas, mas isso não foi nada porque assim que ela notou que todos já estavam olhando pra ela, ela diz na maior cara de pau:
    _ Faço mesmo! E quer saber? Não tô conseguindo com as unhas...
   Então ela faz o inacreditável: ela pega uma mecha dos seus cabelos, segura a ponta deles com uma mão e a uns quinze centímetros ela segura com a outra mão e, então começa à usar o próprio cabelo como se fosse fio dental e pra completar ela ainda diz que empresta o cabelo pro namorado dela fazer a mesma coisa.
  Não só o que ela faz, mas o que ela diz também é nojento. Um belo dia de aula ela percebe que esqueceu uns papéis no seu carro, então ela cutuca a própria testa com a palma da mão e diz:
    _É falta de sexo!
  Mas por que raios alguém quereria saber da vida sexual dela?!?!
  Todos esses episódios ocorreram durante aulas só com a minha turma, se eu ainda contasse de histórias das outras turmas esse post, com certeza, seria um livro. 
   E devido à tudo isso, ela tem má fama entre TODOS os alunos que já tiveram pelo menos uma aula com ela. Então, em um período vago que eu tive, já na segunda metade do ano, eu sentei num banco do lado de fora do prédio da escola e um outro aluno que eu não conheço sentou do meu lado e começou à puxar assunto até que a conversa chegou na tal professora de inglês e ele começou à reclamar de como ela chega atrasada no primeiro período de aula:
  _ Aquela lá vai nos baile da quarta idade e bebe cachaça até as três da manhã, depois acorda de ressaca, se atrasa e quando chega na sala diz que tá doente e libera a turma mais cedo.
  Parece exagero, mas depois que se conhece ela eu já não duvido dessa teoria.
  Na primeira aula que nós deveríamos ter com ela, ela resolve não aparecer (começou bem), então tivemos que recuperar os períodos perdidos numa tarde, e nessa tarde ela começou a passar umas coisas sem sentido sobre expressões populares em inglês, mas que na verdade nada mais eram do que gírias brasileiras traduzidas literalmente para o português (às vezes mal traduzidas), tipo: "we are back in the stake zero", que, no caso, deveria significar "estamos de volta à estaca zero", quando a expressão equivalente para "estaca zero" em inglês seria "square one". E entre esses erros escancarados que ela estava "ensinando" ela disse:
   _I will wash the mare... que significa "lavei a égua".
   Eu, com meus super poderes de incomodar apontando os erros da fala dos outros, logo a questionei:
  _Não seria: "eu vou lavar a égua"?...no futuro.
  Ela confirmou minha correção e uma colega minha, sei lá o porquê, disse:
 _Palmas pro Pedro!
  Agora eu já não lembro se alguém chegou a bater palmas, mas não devem ter feito isso, e depois o cara que tava do meu lado ainda me disse que eu era um gênio. Parece não ter sido nada demais, pois qualquer um comete erros de vez em quando, mas ela foi cometendo erros absurdos de ortografia e tradução ao longo do ano inteiro e toda prova que ela dava tinha vários erros de digitação, o mais comum era o de palavras sem espaços entre elas, aí ela dizia que aquilo acontecia porque porque o computador dela tinha um editor de texto mais avançado que o da escola, onde ela imprime as provas. É nessas horas que eu viro adepto à teoria do baile da quarta idade.
  E já que eu sou o único da turma que já tem uma noção básica de inglês na minha turma, eu fui o encarregado de corrigir todas as cagadas dela. E um dia, quando ela falava pra turma que pra saber falar em inglês é necessário continuar revisando tudo o que sabe pra não esquecer depois, então ela, já ciente de que eu falo inglês melhor que ela, diz:
  _Olha o Pedro, por exemplo: ele deve ter feito algum curso de inglês, né?...então...
  Aí eu novamente entrei em ação pra acabar com a professora de vez e interrompi ela com um "não" firme e seco, ela ficou muda por um segundo e depois me perguntou como que eu tinha aprendido a falar inglês e eu disse que foi basicamente ouvindo música. Ela deve ter ficado, no mínimo, desapontada por ter feito faculdade só pra ser humilhada todas as segundas-feiras por alguém dez vezes mais novo que nem sequer fez um único cursinho. Na minha cabeça, aquilo foi algo épico.
    
  

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