domingo, 6 de maio de 2012

Da paixonite "American Way Of Life" à metafísica.

     Olhando a postagem anterior eu cheguei a me envergonhar com a estupidez que eu escrevi, principalmente no penúltimo parágrafo em que falei de briga. Eu estava com o raciocínio e o senso de ridículo afetados por raiva, não aquela raiva em que se começa a bufar e chutar as paredes, havia uma maldade em mim, uma perversidade que só acorda em raras ocasiões.
     Mas, embora reler o que eu mesmo escrevi tenha sido desapontante, também foi útil para ocasiões futuras, pois saberei melhor separar a razão do sentimento. Claro que eu nunca fui idiota pra não saber que em certos momentos não se deve ser puramente racional, mas é revisando pensamentos passados que se aprende melhor como e quando ser racional.
     Muitas vezes, nós pensamos que dominamos um determinado assunto e é ai que a gente comete os equívocos. Pois a vida não é tão simples quanto um provérbio propõe com suas fórmulas erroneamente invariáveis, mas é bom que seja complicado, que tenhamos sobre o que pensar, do que adiantaria a nossa facilidade em se comunicar se não houvesse o que discutir?
     Poderíamos ficar calados bem como os demais animais, mas, como as abelhas nascem para trabalhar e morrer defendendo a colmeia sem nunca terem tido uma identidade, nós nascemos pra procurar sentido na vida e creio que ficaremos discutindo eternamente pois estamos presos nesse paradoxo em que procuramos o significado de algo cujo significado é procurar o significado.
     Mas não é porque tudo é aparentemente inútil que irei desistir de tudo e me matar, pois se a vida não possui uma finalidade real, aí sim que eu posso fazer o que bem quiser, posso me fazer de louco, me matar, virar um canalha, viver como um cigano etc.
     Eu já escolhi uma forma com a qual quero levar minha vida, o que me falta é definir melhor essa forma.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

     Sabe aquele tipo de pessoa que é metida a conselheira amorosa? Aquelas que falam e falam sem ter o mínimo de vivência, sabe?
     Se você é uma dessas pessoas, ou gosta de tentar arranjar namorados(as) pras amigas(os), saiba que tu terás meu ódio eterno...eternamente...ok, não é pra tanto, mas considero isso errado porque o que essas pessoas fazem nada mais é do que tentar influenciar numa decisão que vai mudar a vida de, no mínimo, duas pessoas.
     Optar por namorar (ou não) alguém não é tão irrelevante como escolher entre chiclete de menta ou de canela. Isso pode acabar jogando uma mulher na mão de um espancador ou deixando a felicidade de um homem sob o controle de uma interesseira qualquer, como também pode separar um casal que daria certo. E ainda existem terceiros (que dizem serem amigos) que ainda tentam influenciar nessa decisão só pra se sentirem "os cupidos" ou como os caras que salvaram a amiga de namorar um canalha. Mas o importante é que essa decisão só poderia ser tomada por aqueles que se afetariam diretamente pela escolha final e por quem sabe o que sente.
     Agora já não adianta mais eu ficar me remoendo com isso já que "ela" escolheu "ele" sem eu nem ter tomado nenhuma iniciativa. Mas algo interessante aconteceu hoje: após o almoço (agora eu almoço na escola), eu fui com uns amigos pra frente da escola, onde nós sempre ficamos até a aula do curso técnico começar, lá, eles começaram a comentar que "ele" tava ficando com ciúmes porque eu ando muito amiguinho "dela", e por mais que pareça estranho, eu me sinto melhor sabendo disso. Se eu parar pra pensar vou ver que isso é, na verdade, revoltante, pois eu abri mão da possibilidade de ser feliz apenas pra garantir que "ele" (que eu nem conheço direito) não tivesse seu livre arbítrio interrompido eu não me aproximei demais pra não atordoar a cabeça "dela" por causa de dois caras atrás dela e mais aquelas "amigas" metidas a cupido, mas "ele" me responde com o que? ciúmes de uma mera amizade de turma!
     Mas eu acho bom saber que "ele" é idiota de pensar isso e que "ele" pode vir brigar comigo a qualquer momento, o que significa que se eu acabar vencendo numa luta, quem vai ser expulso da escola é ele já que eu alegarei legítima defesa.
     Pareço um calculista, mas tudo o que quero é que uma vez na vida eu tenha meu lugar ao Sol.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Ampliando os horizontes musicais

     Sabe aquelas recomendações que você recebe do YouTube e nem sabe porquê? Eu resolvi dar uma chance pra essas recomendações e acabei por assistir o vídeo de "The Cinematic Orchestra - To Build A Home", o que fez eu me apaixonar pela banda, aí eu, pesquisando sobre a banda, vi que o cara que canta "To Build A Home" é Patrick Watson, vocalista da banda "Patrick Watson"... ok... eles não são os caras mais criativos do mundo pra escolher nome de banda, mas as músicas são ótimas, são criativos, talentosos e fazem algo bem diferente desse Indie Rock com o qual eu estou acostumado.
     Desde de quando eu nasci (considerando que eu tenha nascido aos treze anos de idade), eu sempre acreditei que há um estilo superior, existem uns horríveis, uns bons, mas apenas um que é perfeito e que era, no mínimo, próximo ao o que eu ouvia. Mas essas bandas mais diferenciadas que eu venho ouvindo estão me mostrando que nem sempre qualidade tem a ver com preferência musical, por exemplo: eu ouço The Strokes e não ouço Portishead, mesmo eu reconhecendo que Portishead é mil vezes melhor do que Strokes.
     Agora eu tô esperando eu me acostumar mais com as músicas novas pra poder ir atrás de mais artistas desse estilo.

sábado, 31 de março de 2012

     Nós humanos somos muito imediatistas, isso é o que nos leva a preferir pagar parceladamente do que à vista, pois não sentimos que estamos pagando muito, quando, na verdade, estamos pagando mais ainda do que pagaríamos à vista. E por causa desse imediatismo todo eu perdi minha paciência e resolvi testar a possibilidade de fazer aquilo de me isolar dos outros e gastar o meu tempo em projetos pessoais e estudo nesta última segunda-feira. É difícil, considerando que em mais da metade do tempo fico acordado eu estou na escola, onde meus amigos estão e o processo de desapego é lento, ainda mais nessas condições.
     Na primeira semana tentando fazer isso eu me decepcionei um pouco comigo mesmo por não conseguir me isolar e acabar caindo em conversa com os outros, mas é como eu disse: o processo de desapego é lento. E outra coisa que eu disse é que eu perdi minha paciência, mas...paciência do quê? 
     Acho que é meu medo de ver minha vida passar, meu desespero passivo por arranjar uma namorada e o meu medo de ser rejeitado por amigos fizeram eu acreditar que me isolar me tornaria imune ao sofrimento (me dei conta disso escrevendo agora). E agora eu não sei se volto atrás ou sigo em frente com essa história de isolamento.
     Na última quarta-feira, pra complicar ainda mais minha cabeça, houve uma saída a campo do curso técnico, onde fomos à alguns pontos da cidade pra conhecer o melhor o bioma da região. Quando voltamos à escola, meu pai se atrasou pra me buscar e eu fui o último a ir embora. Até os professores foram embora antes de mim, e um deles, o que ensina física para o 3º ano, por conhecer os meus pais me perguntou como eu vou e depois me perguntou se eu já decidi qual faculdade eu desejo fazer, eu disse que não me decidi, mas que tenho preferência pelas ciências exatas. Ele ficou feliz, me falou algumas coisas e depois me disse:
     _A gente não se arrepende, sabe?
     Das pessoas que eu conheço e já tiveram aula com ele, nenhuma não ama as aulas dele, nenhuma não chama ele de gênio, eu já ouvi dizer que ele foi eleito o melhor professor do estado, mas também ouvi dizer que ele é louco e que ele nunca teve filhos nem namorada. Ouvir um "a gente não se arrepende" dele me arrancou uma lágrima depois que ele saiu, fez eu me questionar sobre o isolamento e sobre quem eu quero ser na vida, não sobre a minha profissão, sim sobre o meu eu pessoal, mas eu ainda não cheguei a uma conclusão e nem acredito que chegarei, pois, essa decisão nunca é definitiva, eu posso ser alguém agora, mas se eu quiser, eu posso mudar ainda hoje ou quando eu quiser sempre.

sexta-feira, 16 de março de 2012

     A prefeitura da minha cidade fez, durante o tempo em que eu estava de férias, um evento em uma lagoa daqui, em que foram oferecidas algumas atividades de lazer pra população, mas como nem tudo foi utilizado, algumas dessas atividades foram pagas pela prefeitura, mas não foram usadas. Então resolveram oferecer uma tarde de passeios de caiaque na lagoa para os alunos do curso técnico em meio ambiente.
     O passeio ficou para hoje e foi divertido dentro do possível. Dei risadas das pessoas que não sabiam nem segurar o remo (maldade minha), aproveitei a paisagem e brinquei com amigos... amigos novos que eu arranjei no curso técnico... amigos diferentes que representam novas esperanças de um ano melhor... amigos que revelam traços da minha própria personalidade que eu estou descobrindo agora.
     Mas por mais que pareça que um novo tempo em minha vida está chegando, eu ainda ouço aquela voz interior me dizendo pra mergulhar na solidão pra me dedicar a mim mesmo, onde tudo é mais fácil e o mundo é moldado pelos meus sonhos.
     Parece uma proposta tentadora, mas um senhor chamado bom-senso me diz que eu não devo jogar fora a minha juventude e que o mundo real é mais precioso do que o imaginário. Talvez fosse melhor dar um chute nos dentes dele, mas ele é mais forte do que eu consigo ferir. Embora as vezes eu pense que a realidade é tão insignificante quanto o meu mundo imaginário e que se eu jogar tudo fora vou ganhar mais do que perder. Não falo em suicídio (que a coisa mais idiota do mundo), falo em me perder em sonhos - eu quero que isso fique bem claro.

sábado, 10 de março de 2012

Conclusão

      Mas e daí? Vou me entregar e jogar um ano inteiro fora porque eu pressenti que o ano vai ser decepcionante?
     Não, mas eu ainda me sinto triste por ter me iludido tanto durante as férias, mas eu vou dar o que eu conseguir pra ter um ano que eu lembre com carinho quando eu tiver netos.
     Eu não consigo me imaginar chegando perto de uma guria que eu ache bonita e comece a trovar ela. Pra falar a verdade, eu acho uma enorme putaria essa história de trovar, basicamente porque, pra dar certo, isso depende de que a mulher seja terrivelmente burra ou finja que é muito burra (o que já é burrice), e eu não vou querer uma mulher da qual eu espere uma coisa dessas.
     E, voltando ao assunto, eu tenho uma turma (a do curso técnico) inteira de pessoas que eu não conhecia antes o que facilita novas amizades e também uma...bom...é melhor parar de criar muitas expectativas porque da última vez que eu fiz isso eu acabei no estado em que eu estou agora.
     Além de esperar por novas amizades e amores, eu pensei em me atirar de cabeça nos estudos e na música, me agarrar ao eu violão e à minha guitarra e TENTAR aprender a cantar pra fazer minhas próprias músicas, aprimorar meu inglês, aprender outros idiomas, comprar um mandolin, mergulhar na solidão dos meus amigos imaginários...

quinta-feira, 8 de março de 2012

     No último dia 27 eu tive meu primeiro dia de aula desse ano, foi meu primeiro dia de aula no 2º ano do ensino médio e do curso técnico em meio ambiente.
     Eu reencontrei amigos, uns deles repetiram do ano, outros ainda não vi por terem trocado de escola... vi o quanto eles mudaram e eles viram o quanto eu mudei (quase nada...).
     Eu estava esperançoso de que esse ano seria bem diferente no tocante a minha vida social: que eu teria mais facilidade pra falar com as pessoas, que eu ficaria mais engraçado e que, finalmente, eu arranjaria uma namorada. Mas, embora o ano esteja recém começando, eu senti algo como uma gravidade que me puxa pra monotonia da irrealização amorosa quando eu conversava com meus amigos já no primeiro dia, eu senti que eles iam conversando baixinho sobre seus velhos conhecidos que eu não conheço enquanto eu tento ouvir o que eles dizem.
     Parece ironia, mas eu que estava tão ansioso pra que o início das aulas chegasse logo que eu criei mais expectativas do que deveria e agora estou decepcionado com a situação em que eu mesmo me encontro: vivendo a parte da minha vida que, supostamente, deveria ser a melhor de todas como se fosse uma tortura por me sentir mal amado.
     É fácil dizer que eu me sinto mal amado, mas o difícil é assumir que, talvez, a culpa seja minha por não me expressar da forma que todos me entenderiam ou por eu ser chato demais pra alguém querer me dar atenção e respeito. Eu mesmo me levo na brincadeira quando estou com pessoas da minha idade, pra não obrigar ninguém a se chatear com angústias de terceiros e pra ter meu momento de loucura e de riso.

sábado, 25 de fevereiro de 2012


      Semana passada eu fui convidado por um amigo pra participar de uma partida de Paintball no domingo, ele já tinha me convidado outras duas vezes, mas na primeira vez (mais ou menos por abril de 2011) meu pai disse que não poderia me levar porque ele tinha que ir a Porto Alegre, mas no fim ele nem foi a POA... e na segunda vez que eu fui convidado meu pai não quis me levar alegando que ninguém mais iria por causa da chuva. Mas na terceira vez nada poderia atrapalhar...bem...um pneu furado pode sim. Logo no início do caminho aquela som de pneu furado fez eu querer explodir.
      Porra! Será que nada de legal pode acontecer na minha vida? Por que tem que ter algo pra me impedir de me divertir um pouco?
      Minha mãe era quem tava me levando e ela quando ela foi pegar o step ela viu que não tinha macaco hidráulico no carro então ela ligou pro meu pai pra ele nos trazer as ferramentas necessárias pra trocar o pneu, mas como nós só estamos com um carro, ele teve que vir de bicicleta, meu pai tem 49 anos e faz muito tempo que ele não anda de bicicleta, então ele demorou e chegou quase morto, mas na hora em que eu devia estar na partida o pneu estava trocado e eu já podia ir e mesmo chegando meia hora depois da hora combinada eu cheguei antes da partida começar e, com certeza, todo o ódio da vida que eu senti no caminho, todo o dinheiro gasto no Paintball, todos hematomas que eu ganhei e toda dor nas pernas que eu senti desde segunda de manhã até quinta-feira por causa da partida foram um preço baixíssimo que eu tive pagar pra me divertir como eu me diverti na minha primeira partida de Paintball da vida.
      Esse, com certeza, foi o melhor momento das minhas férias.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Esse é um post pra quem gosta de Indie...

Eu criei recentemente um perfil no Last.fm e, naturalmente, comecei à receber recomendações musicais do site, uma das bandas que o site me indicou foi Bombay Bicycle Club. Uma banda de Indie Rock inglesa, formada por quatro jovens garotos e, com certeza, muito talentosos. Não é aquele Indie enjoativo com bateristas e baixistas robôs e guitarristas que fazem solos toscos pra se exibirem. Bombay Bicycle Club faz música bonita, é dançante e é bem elaborado.
       O primeiro álbum deles se chama I Had The Blues But I Shook Them Loose, é o mais Indie Rock dos três, formado basicamente à partir de um vocal, duas guitarras, um baixo e uma bateria muito bem executados. Minhas músicas favoritas desse álbum são LamplightEvening _ Morning e The Giantess.
       O segundo álbum deles é o Flaws, um álbum acústico, porém não mais simples, é um álbum mais melancólico e mais Folk sem perder contato com suas raízes no Indie Rock. Minhas músicas favoritas desse álbum são Ivy & Gold, Leaving Blues e My God.
       O terceiro e mais recente álbum deles é o A Different Kind Of Fix, voltando aos instrumentos elétricos e adotando o teclado e o piano ao seu arsenal musical, esse é o meu álbum favorito. Minhas músicas favoritas desse álbum são Shuffle, Leave It e Still.
Abaixo, algumas músicas deles:
Lamplight (ao vivo)
Leaving Blues
Leave It

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O que aconteceu de memorável em 2011? parte 3

    Ano passado eu tive as piores aulas de inglês da minha vida...bem, foram as piores, mas pelo menos foram as mais engraçadas, já que o grau de burrice da professora é tão elevado que já atingiu níveis cômicos.
    Antes de falar dos erros grosseiros de ortografia e tradução que ela cometeu no ano passado eu vou comentar um pouco sobre seu estilo extravagante e seus hábitos sem noção de ridículo.
   A primeira impressão que ela quando se olha pra ela, é de que se trata daquele tipo de mulher de 60 anos de idade, mas que jura que tem só 20. Ela TENTA usar roupas jovens, é magra, tem cabelos loiros (com certeza pintados), tem uma tatuagem na batata da perna (uma rosa se não me engano), em resumo: uma perua.
     Seus hábitos são, no mínimo, nojentos. Um dia, em plena sala de aula, quando a turma toda (menos eu) tentava se concentrar na tarefa, ela resolve palitar seus dentes com as unhas, mas isso não foi nada porque assim que ela notou que todos já estavam olhando pra ela, ela diz na maior cara de pau:
    _ Faço mesmo! E quer saber? Não tô conseguindo com as unhas...
   Então ela faz o inacreditável: ela pega uma mecha dos seus cabelos, segura a ponta deles com uma mão e a uns quinze centímetros ela segura com a outra mão e, então começa à usar o próprio cabelo como se fosse fio dental e pra completar ela ainda diz que empresta o cabelo pro namorado dela fazer a mesma coisa.
  Não só o que ela faz, mas o que ela diz também é nojento. Um belo dia de aula ela percebe que esqueceu uns papéis no seu carro, então ela cutuca a própria testa com a palma da mão e diz:
    _É falta de sexo!
  Mas por que raios alguém quereria saber da vida sexual dela?!?!
  Todos esses episódios ocorreram durante aulas só com a minha turma, se eu ainda contasse de histórias das outras turmas esse post, com certeza, seria um livro. 
   E devido à tudo isso, ela tem má fama entre TODOS os alunos que já tiveram pelo menos uma aula com ela. Então, em um período vago que eu tive, já na segunda metade do ano, eu sentei num banco do lado de fora do prédio da escola e um outro aluno que eu não conheço sentou do meu lado e começou à puxar assunto até que a conversa chegou na tal professora de inglês e ele começou à reclamar de como ela chega atrasada no primeiro período de aula:
  _ Aquela lá vai nos baile da quarta idade e bebe cachaça até as três da manhã, depois acorda de ressaca, se atrasa e quando chega na sala diz que tá doente e libera a turma mais cedo.
  Parece exagero, mas depois que se conhece ela eu já não duvido dessa teoria.
  Na primeira aula que nós deveríamos ter com ela, ela resolve não aparecer (começou bem), então tivemos que recuperar os períodos perdidos numa tarde, e nessa tarde ela começou a passar umas coisas sem sentido sobre expressões populares em inglês, mas que na verdade nada mais eram do que gírias brasileiras traduzidas literalmente para o português (às vezes mal traduzidas), tipo: "we are back in the stake zero", que, no caso, deveria significar "estamos de volta à estaca zero", quando a expressão equivalente para "estaca zero" em inglês seria "square one". E entre esses erros escancarados que ela estava "ensinando" ela disse:
   _I will wash the mare... que significa "lavei a égua".
   Eu, com meus super poderes de incomodar apontando os erros da fala dos outros, logo a questionei:
  _Não seria: "eu vou lavar a égua"?...no futuro.
  Ela confirmou minha correção e uma colega minha, sei lá o porquê, disse:
 _Palmas pro Pedro!
  Agora eu já não lembro se alguém chegou a bater palmas, mas não devem ter feito isso, e depois o cara que tava do meu lado ainda me disse que eu era um gênio. Parece não ter sido nada demais, pois qualquer um comete erros de vez em quando, mas ela foi cometendo erros absurdos de ortografia e tradução ao longo do ano inteiro e toda prova que ela dava tinha vários erros de digitação, o mais comum era o de palavras sem espaços entre elas, aí ela dizia que aquilo acontecia porque porque o computador dela tinha um editor de texto mais avançado que o da escola, onde ela imprime as provas. É nessas horas que eu viro adepto à teoria do baile da quarta idade.
  E já que eu sou o único da turma que já tem uma noção básica de inglês na minha turma, eu fui o encarregado de corrigir todas as cagadas dela. E um dia, quando ela falava pra turma que pra saber falar em inglês é necessário continuar revisando tudo o que sabe pra não esquecer depois, então ela, já ciente de que eu falo inglês melhor que ela, diz:
  _Olha o Pedro, por exemplo: ele deve ter feito algum curso de inglês, né?...então...
  Aí eu novamente entrei em ação pra acabar com a professora de vez e interrompi ela com um "não" firme e seco, ela ficou muda por um segundo e depois me perguntou como que eu tinha aprendido a falar inglês e eu disse que foi basicamente ouvindo música. Ela deve ter ficado, no mínimo, desapontada por ter feito faculdade só pra ser humilhada todas as segundas-feiras por alguém dez vezes mais novo que nem sequer fez um único cursinho. Na minha cabeça, aquilo foi algo épico.
    
  

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

 Não tenho postado nada aqui já faz uns vários dias, mas não é por preguiça de escrever, é por preguiça de viver. Nessas minhas férias não tem acontecido absolutamente nada suficientemente interessante pra ser contado, ou até poderia ter acontecido, mas eu sou conformista demais pra querer mudar a situação por conta própria. O máximo que eu faço é procurar filmes que prestem na TV ou baixo um e outro no meu computador. E por falar nisso eu vou colocar aqui o link de alguns trailers e cenas dos filmes que eu mais gostei:
Meia Noite Em Paris
Zumbilândia
Os outros caras
Ilha Do Medo
  Voltando ao meu tédio mortal, hoje de manhã eu percebi o quanto as minha férias estão insuportáveis: o melhor momento que eu tive até agora desde que as aulas acabaram foi quando eu sonhei que as aulas já tinham começado. E o pior: eu ainda tenho mais de um mês de férias. E agora eu perdi todos os canais pagos da TV, e como TV aberta não presta eu vou ter que baixar filmes se eu quiser assistir algo que preste.
 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O que aconteceu de memorável em 2011? parte 2#

   Em 2011 em entrei em uma escola nova, isso sempre memorável, mas de todas as 4 quatro escolas em que eu já estive, essa, com certeza, é a melhor, mais divertida, maior e em várias outras coisas é a melhor de todas.
   E claro, a escola em que você cursa o ensino médio é sempre uma escola especial, pelo menos pra quem cursa.
   No primeiro dia de aula, todos os alunos que vieram para cursar o primeiro ano do ensino médio foram apresentados à escola e aos professores (pois a escola não oferece ensino fundamental, ou seja, os alunos do primeiro ano são os mais novos da escola), depois cada turma do primeiro ano, que vão de 101 à 106 no turno da manhã, se uniu e foi junto com algum professor para a sala desse professor (essa é a única escola em que eu já estive que tem salas ambiente), minha turma era a 103 e a professora era a professora Ana, a professora de física. Ela nos levou pra sala dela onde deixamos nossas mochilas e de lá fomos para o pátio de trás onde ela fez uma brincadeira pra que nós nos conhecêssemos: devíamos nos organizar em filas, onde o primeiro deveria ser aquele com o primeiro nome na ordem alfabética ou por ordem de idade ou ordem alfabética da escola anterior...
   Eu fui relativamente bem recebido pelos meus outros colegas, não sei se porque eles são mais gente boa do que meus colegas da minha escola antiga ou se porque eles porque eles também eram novos lá, mas estou inclinado à acreditar mais na segunda hipótese, embora a primeira seja verdade também.
   No final do ano na escola nova eu já tinha mais amigos do que eu tinha em 2 anos na escola antiga e o grupo de professores da escola nova é, no geral, muito melhor, mas na escola antiga está o melhor amigo que eu já tive e o melhor professor que eu já tive, e como as duas escolas ficam bem perto, eu ia lá fazer uma visita sempre que possível pra matar a saudade e colocar a conversa em dia.
   Numa escola grande, famosa e pública você acaba tendo colegas de vários lugares, então variedade de estilos, de personalidades não faltou, assim ficou bem mais fácil fazer amigos obviamente, mas mesmo com a variedade enorme eu não encontrei o tipo de pessoas que eu esperava encontrar, pessoas mais como meus antigos amigos, mas os amigos que eu fiz são muito diferentes deles, enquanto os antigos eram mais regrados, as garotas nunca falavam bagacerices e raramente sobre sexo, são todos mais fechados, mas também são mais engraçados, mais criativos. Enquanto os meus novos amigos são mais livres, fazem mais coisas, não se limitam à conversas politicamente corretas, são mais enérgicos e mais receptivos. Esse contraste foi muito bom pra mim porque me ajudou à aceitar traços da minha personalidade que eu mesmo não conhecia.
 
 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O que aconteceu de memorável em 2011? (parte 1)

   Foi um ano interessante em vários aspectos, pro mundo e pra mim.
    Logo em janeiro, eu ainda estava de férias, fui à casa de praia de uns tios passar alguns dias, mas em um dia chuvoso por não poder ir à praia fomos à uma Lan House, foi onde eu vivi uma das ou a coisa mais assustadora da minha vida. Meu primo era o único conhecido que eu tinha lá e eu era o único conhecido dele lá naquele dia, estava muito quente e abafado, o ventilador e o ar condicionado estavam desligados e nós estávamos jogando C.S. um contra o outro, quando de repente meu primo começa à reclamar que seus dedos estão se movendo involuntariamente, ele me disse:
_Pedro olha isso! Meus dedos tão se mexendo sozinhos.
   Sua mão esquerda estava sobre o teclado, claramente dava pra ver seu dedo médio tremulamente escorregando da tecla W para S e de S para X. Não sei o que passou pela minha cabeça que eu não considerei aquilo como grande coisa, mas na tentativa acalmá-lo menti pra ele:
_Não te preocupa, isso acontece direto comigo.
_Nunca aconteceu comigo!
   Ele estava muito nervoso, mas eu não sei porque não me importei muito com aquilo.
   Como eu estava usando fones de ouvido não deu pra ouvir nada direito, mas depois de algum tempo percebi que ele havia desaparecido do jogo. Ele, na vida real, estava do meu lado, havia apenas a divisória que existe entre os computadores de qualquer Lan House, quando eu percebi que ele havia sumido do jogo eu tirei os fones de ouvido e, ainda olhando pra tela do computador, chamei por ele. Foi nesse momento que eu ouvi o som de alguma coisa se batendo vindo do lado em que meu primo estava, eu olhei pra ele e vi que ele estava de bruços se debatendo em cima da poltrona, com seus braços sacudindo assustadoramente por cima do teclado e do mouse do computador, sua cabeça estava inclinada para perto de mim e sacudia, ele gemia sem parar e seus olhos estavam avermelhados e entreabertos apenas com a parte branca aparecendo. Fiquei aterrorizado e confuso, fiquei parado por uns cinco segundos esperando que ele parasse aquilo e dissesse algo como "HAHA! te assustei! otário", mas não parou, ele continuou naquele estado de transe e, como ele estava enrolado nos fios do mouse, do teclado e dos fones de ouvido, eu imaginei que algum fio estivesse desencapado e ele estivesse dando choques elétricos no meu primo, então tentei soltar ele dos fios sem muito sucesso, a poltrona em que ele estava tinha rodinhas embaixo, mas ele só não caiu porque os computadores em que nós estávamos eram muito próximos da parede, então ela segurou a poltrona do meu primo, mas ele foi escorregando para o chão, então uma mulher que estava do outro lado dele me ajudou a segurá-lo. Alguém de quem eu não me lembro tirou a poltrona dele e minha de perto pra que houvesse espaço pra alguém socorrer ele, mas quem?
    Um funcionário da Lan House, um cara jovem, não devia ter mais de 26 anos de idade chegou perto dele, se ajoelhou e tentou colocar seus dedos dentro da boca do meu primo pra segurar a língua dele, pois ele poderia se asfixiar com a própria língua, mas a boca do meu primo na abria de jeito nenhum. Ele já se debatia menos, mas continuava gemendo, então um homem alto, gordo, que usava uma camiseta branca com alguma estampa que me lembra a bandeira portuguesa se levantou de sua poltrona e disse em tom calmo e firme:
_Ele está tendo um ataque epilético.
   Uma mulher, que eu não vi, perguntou ceticamente:
_Como tu sabe?
   Não lembro exatamente o que o homem respondeu, mas foi algo bem vago como "sou especialista em epilepsia" ou "porque ele está se debatendo como alguém com epilepsia". A mulher não falou mais nada, mas o homem disse ao funcionário da Lan House:
_Não precisa segurar a língua dele. Pode deixar que não tem problema.
   O funcionário não disse nada e se afastou do meu primo. Naquele ponto da situação todos os clientes da Lan House estavam de pé, alguns olhando pro meu primo, outros olhando pra mim. Uma mulher que estava no caixa da Lan House me perguntou preocupada:
_Tu tá com ele? Tem o número do telefone dos pais dele?
   Eu estava sem telefone, meu primo também e mesmo que eu pegasse um telefone emprestado eu não saberia o número dos meus tios. Eu não sei se foi só impressão minha, mas eu acho que ela ficou brava comigo por causa disso. Ela, ou alguma outra funcionária da Lan House chegou perto de mim e me perguntou se meu primo já tinha tido isso antes, mas ele nunca tinha tido nada disso, nem um único desmaio. Também me perguntaram se ele estava usando algum remédio, se tinha usado alguma droga, qualquer coisa que pudesse ter causado aquilo, mas nada, ele estava perfeitamente saudável.
   E enquanto tudo isso acontecia, meu primo permanecia no chão se debatendo cada vez menos, com o tal "especialista em epilepsia" e o funcionário da Lan House ajoelhados do seu lado. Então decidi fazer algo, falei pra mulher do caixa:
_Vai chamando a ambulância, os pais deles moram a duas quadras daqui, eu vou correndo lá pra avisar eles e já volto.
   E fui correndo o mais rápido que pude e quando cheguei lá o pai e a mãe dele tinham saído com amigos, lá estavam o irmão gêmeo do meu primo, o irmão mais velho de 25 ou 26 anos dele e a namorada do irmão. No caminho eu pensei "se a mãe dele estiver lá eu só vou dizer que ele desmaiou, não vou dizer que é um ataque epilético pra não assustar demais ela", mas como ela não estava em casa, logo que eu vi o irmão gêmeo na frente da casa eu falei pra ele:
_O Túlio desmaiou na Lan House!
_O que?
_Disseram que é um ataque epilético.
   O irmão mais velho estava nos fundos da casa me ouviu falando e foi correndo até a janela da frente assustado, me perguntou se eu tava falando sério, disse que sim e fomos todos até a Lan House. Eu corri mais rápido e cheguei antes na Lan House porque o irmão mais velho estava ligando para os pais e pra irmã deles pra avisar o que aconteceu. Quando eu cheguei lá fui até onde me primo estava, no mesmo lugar onde eu e a mulher que estava do lado dele deixamos ele, o cara da camiseta branca e algum outro homem estavam na volta do meu primo, ele estava com os olhos um pouco mais abertos e já não se debatia mais, os dois homens estavam falando com ele pra tentar fazer ele voltar à consciência, mas na hora eu não entendi e pensei que ele já estivesse acordado, pois ele parecia acordado, ele olhava para os lada com uma expressão assustada e com a boca aberta como se ele sentisse dor, mas ele não havia voltado totalmente à si, então falei pra ele que o irmão, o pai e a mãe dele já estavam vindo, então percebi que ele ainda estava inconsciente e fui me afastando indo em direção à porta até que o irmão mais velho chagou até mim me perguntou:
_Pedro, o que aconteceu?!
_A...a gente... - gaguejei
   O meu primo mais velho me interrompeu perguntando de novo agora mais bravo, então contei tudo pra ele sem gaguejar desta vez.
   Tudo isso aconteceu de noite.
   Poucos minutos depois a mãe e a irmã chegaram assustadas, contei tudo pra elas também. Quase juntos, não lembro se depois ou antes, chegou a ambulância com os paramédicos. Fiquei fora da Lan House ao lado da porta junto com a namorada do irmão mais velho, o irmão gêmeo, a irmã e a mãe. Uma pequena multidão havia se formado do lado de fora da Lan House pra ver o que estava acontecendo. Logo os paramédicos saíram de dentro com meu primo carregado nos braços, ele estava com uma expressão facial de muita dor, ele olhava para os lados, parecia que já havia recuperado a consciência, mas ainda parecia muito fraco. Quando os paramédicos chagaram perto da ambulância, minha tia, a mãe, e a minha prima, a irmã, foram se aproximando também para acompanharem meu primo pro hospital, não lembro o que o meu primo mais velho e a sua namorada fizeram, mas eu fui com o irmão gêmeo de volta pra casa, lá eu contei tudo pra ele.
   Há ainda o irmão do meio, mas ele estava na fazenda em que eles moram, então o irmão gêmeo ligou pra ele pra avisar sobre o que aconteceu. Não lembro quando o meu primo mais velho e sua namorada chegaram, mas lembro do carro do meu tio entrando pelo portão com meu tio, minha tia, minha prima e meu primo de volta do hospital, meu primo foi o primeiro a descer do carro, ele ria da nossa cara, parecia muito bem, então ficamos fazendo piadas dele, o irmão gêmeo ligou de novo para o irmão do meio e fala:
_Ei...o Tulião faleceu...calma!Calma!Tô só brincando!
   Minha vontade foi de bater nele até morrer por ter dito aquilo e acho que foi a mesma vontade que todos os outros da casa tiveram, mas já não importava mais pois todo o medo que eu senti já tinha se tornado apenas um susto.
   É importante lembrar que o médico diagnosticou o que o meu primo teve como uma convulsão, não como ataque epilético. No caso de uma convulsão meu primo poderia sim ter se asfixiado com a própria língua, o que significa que o cara da Lan House de camiseta branca poderia ter causado a morte do meu primo por ter feito um diagnóstico precoce.
   Eu admito que, por não saber direito o que o meu primo estava tendo, tive medo de que ele morresse lá na Lan House. Me senti muito mal por não ter levado ele à sério antes e também porque os gêmeos tem a minha idade e nós somos amigo desde que éramos apenas bebês, quando eu pensei que ele poderia morrer eu senti uma parte enorme da minha infância indo embora.
   Mas, felizmente, está tudo bem agora.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

No último dia 28 eu, entediado durante a noite, comecei à procurar por filmes pra assistir na TV até que eu cheguei ao Telecine Premium, peguei o finalzinho de algum filme que eu já nem lembro logo depois começou o filme "Tempo de Crescer"(Paperman) e algumas semanas antes disso, como eu já havia dito em um post anterior, eu comecei à pensar que talvez eu não sinta nenhuma tristeza, mas que eu finjo sentir apenas pra me sentir mais substancial, mas quando eu assisti o filme "Tempo de Crescer" esse ainda era um pensamento recém formado, prematuro, por isso adorei o filme, porque ele apresenta essa ideia de que inventamos nossa tristeza e solidão pra parecermos mais interessantes de uma maneira muito bem desenvolvida além apresentar outros pensamentos como o de se sentir sendo o único que é daquele jeito, o único a seguir tal estilo ou a pensar de tal forma. Assistir esse filme com certeza me fez crescer como ser humano e me esclareceu dúvidas que atormentavam a minha cabeça.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Tenho enorme prazer dizer que eu passei na prova de seleção do curso técnico em meio ambiente da minha escola.
Eu estava bem tenso nesses dias entre a prova e a divulgação da lista de selecionados, sempre contando os dias que faltavam.