Na última sexta-feira (dia 2 de dezembro) tive meu último dia de aula do ano. Eu me senti estranho, mas eu me senti estranho por não me sentir estranho (oba! um paradoxo lógico), em todo último dia de aula que eu já tive antes desse eu me senti diferente... de algum jeito... diferente. Como se eu enxergasse uma espécie de divisória épica no último dia de aula, o ar ganhava um novo cheiro, a temperatura mudava, eu ganhava uma nova energia. Eu já havia sentido um aviso de que essa mudança no meu jeito de ver o último dia de aula viria nas férias de meio de ano, na qual, eu viajei com a família para o Rio de Janeiro. Lá senti coisas que nunca senti antes porque só aquele lugar nos proporciona isso, mas não senti aquela sensação de estar longe de casa. Em todas as outras viagens que eu já fiz (nenhuma pra tão longe quanto o Rio) eu senti que estava longe de casa, me senti, de certa forma, aflito, mas no Rio eu me senti tão acomodado quanto em casa, talvez porque porque eu tenha perdido aquela dependência de estar no lar, medo de me perder por aí ou qualquer outra coisa do tipo.
Talvez essa mudança seja positiva, pode significar que eu estou amadurecido a ponto de não me preocupar com detalhes de tal irrelevância (irrelevância?), ou essa mudança pode ser negativa por significar que eu estou me acomodando, deixando de ver graça na vida, morrendo por dentro.
E só pra constar, passei de ano sem ter pego nenhuma recuperação.
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